Dr. Hiran Gonçalves explana atual situação política no programa Agenda da Semana

Dr. Hiran Gonçalves explana atual situação política no programa Agenda da Semana

Na Rádio Folha (100,3FM), o parlamentar falou sobre o futuro de Roraima para o próximo ano

O deputado federal e senador eleito por Roraima, Dr. Hiran Gonçalves (PP), falou sobre o atual cenário político brasileiro e o futuro de Roraima no programa Agenda da Semana, na Rádio Folha (100,3FM) neste domingo (18), conduzido pelo apresentador e economista Getúlio Cruz. A entrevista completa está disponível na página da Rádio Folha no Youtube.

Entre os assuntos debatidos estão a PEC da Transição no Congresso Nacional, o relacionamento com o próximo Governo Federal, a bancada federal de Roraima na Câmara dos Deputados, o mandato no Senado e as futuras ações em prol do povo de Roraima. Além disso, Dr. Hiran Gonçalves respondeu questionamentos sobre a revitalização das BRs 210 e 174 e o enquadramento dos servidores do ex-Território.

Sobre a eleição para o Senado, Gonçalves ressaltou que a escolha da população deu-se pelo trabalho desempenhado ao longo de oito anos na Câmara Federal. “Despedi-me com a sensação de dever cumprido. O povo aprovou meu trabalho, somos falhos, mas eu me dediquei muito para trazer melhorias para a vida das pessoas”, disse ele.

Em relação ao cenário político no Congresso Nacional, a Direita constituirá a maioria a partir de 2023. O desafio atual está na aprovação da PEC da Transição, que visa a ampliação de gastos para R$ 145 bilhões no próximo ano. Contudo, Dr. Hiran rebateu: “Dependendo da decisão do Supremo, essa PEC nem entra em votação”, afirmou.

A decisão do Supremo, referido por Gonçalves durante a entrevista, trata-se do chamado “Orçamento Secreto” ou “Emenda de Relator”, criado há dois anos pelos parlamentares e que, hoje, está em julgamento no Supremo Tribunal Federal.

Segundo Dr. Hiran Gonçalves, os R$ 145 bilhões sugeridos pelo próximo Governo Federal ultrapassa o teto de gastos de recursos públicos, por isso, ele votará somente se este montante cair para R$ 80 bilhões. “É muito difícil que a gente aprove algo além disso, e por um ano só. O presidente da Câmara [Arthur Lira], mesmo com toda sua responsabilidade e experiência, não aceitará algo que não vá pra frente”, frisou.

A matéria foi aprovada em dois turnos no dia 7 de dezembro no Senado Federal. A elevação de gastos tem como justificativa atender programas sociais, como o Bolsa Família, em R$ 600 para o próximo ano.

“Orçamento Secreto”
Quanto ao chamado Orçamento Secreto, as bancadas terão mais jogo de cintura nas negociações. “É por isso que há essa discussão sobre essas emendas, não podemos dar um cheque em branco ao novo Governo de R$ 145 bilhões porque vamos quebrar um sinal de responsabilidade financeira”, alertou.

Caso isso aconteça, pontuou Gonçalves, a população mais carente será atingida. “Quando a gente dá um cheque em branco para uma gastança desenfreada do dinheiro público, a gente estimula a inflação, que vai atingir muito mais as pessoas que não podem se defender”, complementou.

A escolha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidência da República acendeu a luz para o fortalecimento do diálogo com as Casas Legislativas em Brasília, uma vez que estas são compostas em sua maioria de partidos da Direita, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Vimos o resultado da eleição quando o partido do presidente, o PL, fez quase 100 deputados, o União Brasil 59, PP 42, Republicanos 41. Nessa composição, o novo Governo terá que dialogar muito e trabalhar fortemente na articulação política para aprovar seus projetos”.

Outro assunto discorrido pelo parlamentar foi a ausência da Prefeitura de Boa Vista nas discussões sobre projetos futuros. “Convidei o prefeito de Boa Vista para participar da reunião com a bancada, mas ele disse que já tinha compromisso com a família e não indicou o vice-prefeito para representá-lo”. O parlamentar lembrou ainda que há alguns anos encaminhou recursos para construção de Unidades Básicas de Saúde na Capital, que foram devolvidos pela gestão anterior a de Arthur Henrique (MDB). “Tenho respeito por ele ser um rapaz sério, jovem e estamos aí para ajudar no que for preciso. O nosso partido precisa ser Roraima”.

Participação popular
Dezenas de mensagens chegaram ao telefone da produção do Agenda da Semana. Uma delas solicita providências para as BRs 210 e 174, as principais rodovias federais que ligam Roraima ao restante do Brasil e da Venezuela. Em resposta, Gonçalves reforçou o compromisso em cobrar dos órgãos competentes o atendimento aos pedidos da população, pois recursos foram destinados pela bancada federal para esta finalidade. “A BR 174 não é preparada para tanto fluxo. Não há controle de peso na rodovia, vamos lutar para o Governo Federal olhar com muito cuidado para o nosso Estado”, citou.

Por fim, falou sobre o enquadramento de servidores públicos do ex-Território de Roraima. “Temos mais de 2 mil pessoas com processos deferidos, assim que houver recursos vamos inserir em folha. A expectativa é superar mais de dois mil servidores”, afirmou. Quanto ao cumprimento pelo próximo Governo, Dr. Hiran tranquilizou aos deferidos. “É um direito adquirido”.